Quando o uso das redes sociais deixa de ser só um hábito e se torna um problema?

Você sente que não consegue parar de rolar o feed, mesmo quando está cansado, triste ou ansioso?

Essa sensação de estar sempre “preso” ao celular ou de não conseguir se desconectar das redes sociais tem se tornado cada vez mais comum — especialmente entre adolescentes e jovens adultos. Mas até que ponto isso é normal? E quando passa a ser um sinal de algo mais sério?

Hoje, a ciência começa a olhar para o uso excessivo das redes sociais não apenas como um comportamento, mas como algo que pode afetar diretamente a saúde mental.

O que dizem os estudos?

Recentemente, um grupo de especialistas publicou na revista científica JAMA (da Associação Médica Americana) uma proposta importante: reconhecer o vício em redes sociais como um possível transtorno mental.

A ideia é criar critérios claros para identificar quando o uso deixa de ser saudável e começa a gerar prejuízos na vida da pessoa — algo que já acontece com outros comportamentos compulsivos, como o jogo patológico, que está oficialmente incluído no DSM-5, o principal manual de diagnóstico em saúde mental.

Assim como nos casos de dependência química, o uso abusivo das redes pode ativar o sistema de recompensa do cérebro — liberando dopamina e gerando prazer momentâneo, mas também um ciclo de compulsão, irritabilidade, perda de controle e isolamento.

Por que isso afeta tanto os adolescentes?

A adolescência é uma fase naturalmente mais vulnerável do ponto de vista emocional. É nesse período que a autoestima está em formação, o desejo de aceitação social é intenso, e o cérebro ainda está em processo de amadurecimento.

As redes sociais, por sua vez, muitas vezes aumentam a pressão: comparações com padrões irreais, busca constante por curtidas e validação externa, medo de estar “por fora” (FOMO) — tudo isso pode gerar ansiedade, tristeza, distorções na autoimagem e até sintomas de depressão.

Como saber se há um problema?

Alguns sinais de alerta para o uso disfuncional de redes sociais incluem:

 

    • Dificuldade em controlar o tempo de uso, mesmo com prejuízos claros;

    • Ansiedade ou irritação quando não consegue acessar as redes;

    • Queda no desempenho escolar ou profissional;

    • Afastamento de amigos e familiares;

    • Alterações no sono, humor e autoestima.

Se você ou alguém próximo apresenta alguns desses sinais, é importante olhar para isso com atenção, sem julgamentos — e com acolhimento.

Existe tratamento? Sim. E ele pode ser muito eficaz.

Mesmo que o vício em redes sociais ainda não seja um diagnóstico oficial nos manuais como o DSM-5 ou a CID-11, já existe o reconhecimento do chamado “uso problemático” das redes sociais.

E mais importante: existem tratamentos eficazes, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que tem ajudado muitas pessoas a:

 

    • Entender os gatilhos emocionais por trás do uso excessivo;

    • Desenvolver estratégias para retomar o controle do próprio tempo;

    • Reconstruir hábitos mais saudáveis e prazerosos;

  • Resgatar a autoestima e o equilíbrio emocional.

Você não precisa enfrentar isso sozinho. E não é exagero procurar ajuda.

Muitas vezes, só percebemos o impacto das redes sociais quando já estamos sofrendo com insônia, ansiedade, irritabilidade ou sensação de vazio. Mas você pode retomar o controle, reconectar-se com o que realmente importa e se sentir melhor.

Se você sente que precisa de apoio entre em contato.
Agende uma conversa comigo. Estou aqui para acolher, escutar e ajudar a construir caminhos mais leves e saudáveis.

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